O pau que dá em chico dá em Francisco...
A
jornada ideal de trabalho para os motoristas de ônibus e caminhão seria de, no
máximo, seis horas diárias. Mas aí você, como empresário, me pergunta: “mas
doutor, colocando esses homens pra trabalhar por seis horas eu vou precisar de
quatro motoristas para fazer 24 horas de jornada?” Sim. Vai precisar. Assim
como os donos das empresas de telemarketing precisam colocar quatro pessoas
para trabalhar seis horas cada uma.
Isso, porque essas pessoas estão expostas a
riscos também, como o do excesso de barulho no ouvido. O motorista sofre com
uma quantidade de barulho no ouvido muito maior, que é o do trânsito. Ele tem a
vibração, que é o risco biológico, além do risco ergonômico e tantos outros
muito maiores que um médico, por exemplo, que tem jornada de quatro horas. Mais
ainda que o bancário, que trabalha seis horas. Por que seis horas? Porque ele
também está submetido a um risco, que é o ergonômico. O motorista está
submetido a quatro ou cinco riscos simultâneos. Tudo isso logicamente vai lesar
o organismo e trazer transtornos. Por isso nós estipulamos - depois de uma
avaliação, de um estudo sobre a quantidade de movimentos que esse homem faz,
das condições de trabalho no meio externo, submetido a ume série de fatores –
que a jornada de trabalho não deveria ser maior do que seis horas. A cada duas
horas ele deveria fazer uma pausa de dez minutos, quando deve descer do
veículo, fazer uma caminhada ao redor do mesmo, fazer um alongamento para
melhorar as condições circulatórias, musculares, tendinosas e articulares. Só
depois disso ele deve reassumir a condução do veículo.
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