A sessão desta terça-feira (22), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), foi marcada por um clima de tensão incomum, que culminou em uma reação contundente do ministro Alexandre de Moraes. O julgamento envolvia seis réus apontados como integrantes do chamado “núcleo 2”, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. No entanto, o que mais chamou atenção foi o embate verbal provocado por acusações de supostas fraudes no processo.
Moraes,
visivelmente irritado, rebateu duramente os questionamentos, num episódio que
revelou não apenas sua postura autoritária, mas também as fraturas internas
dentro da própria Corte. A reação do ministro, frequentemente descrito como temido
até por seus colegas de toga, deixou evidente a crescente tensão no mais alto
tribunal do país.
A
condução do julgamento levanta sérias dúvidas sobre o equilíbrio entre acusação
e defesa. Críticos apontam que os réus enfrentam um processo já praticamente
decidido, onde a sentença parece apenas aguardar uma chancela formal — ou, como
descrevem alguns observadores, uma "homologação duvidosa".
A sensação de que certos ministros se colocam acima da lei, como figuras intocáveis, tem provocado questionamentos sobre a própria saúde da democracia brasileira. Quando um magistrado se arroga o poder de definir, ao mesmo tempo, o que constitui prova e o que pode ou não ser admitido como defesa instaura-se um cenário preocupante para o devido processo legal.
Diante de tudo isso, ressoa com força a célebre indagação de Renato Russo: "Que país é este?" Uma pergunta que, em meio a julgamentos polêmicos e atitudes cada vez mais autoritárias no coração do Poder Judiciário, ganha novo e inquietante significado.
0 comentários:
Postar um comentário