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CUT repudia “acordo” que demitirá 15 mil cobradores da cidade de São Paulo

 A medida foi firmada entre o Sidmotoristas e as empresas de transportes.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes da CUT (CNTT-CUT) manifesta apoio aos cerca de 15 mil cobradores da cidade de São Paulo que, a qualquer  momento, ficarão desempregados. Isso acontecerá em razão de um “acordo”, firmado no dia 18 de maio, entre o Sindicato de Motoristas e Cobradores de São Paulo (Sidmotoristas), filiado à Nova Central, e as empresas de transportes da capital, que prevê o “fim” da função nas linhas municipais da capital. A ideia é adotá-la no sistema aos poucos. Isso é grave porque o tema sequer teve um debate amplo com os trabalhadores, que serão atingidos, e muito menos com a  população que utiliza do transporte coletivo.
O argumento da Direção do Sindicato dos Motoristas de que apenas 8% dos usuários de ônibus na capital pagam as passagens com dinheiro, não passa de uma desculpa esfarrapada e reforça que esta Direção atua na contramão dos interesses dos trabalhadores. Não concordamos e repudiamos veementemente este “acordo vergonhoso” porque na nossa concepção o papel do Sindicato é defender o emprego, os direitos da categoria e lutar para que tenham melhores condições de vida, trabalho e saúde. Esta medida também é desumana, arbitrária e apenas contribuirá para o aumento da precarização das relações de trabalho, já que o motorista estará fadado a exercer uma dupla função, aumentando ainda mais a sua responsabilidade. A profissão do motorista é considerada desgastante, estressante, em razão dos longos turnos e do estresse do trânsito da cidade grande. E os problemas não pararão por aí. Apesar do avanço do bilhete único, criado na gestão da então prefeita Marta Suplicy (PT), que dispensa o uso do dinheiro para pagar passagem, nem todos os passageiros possuem o seu. E outros que têm o bilhete precisam carregá-lo, vez ou outra, quando o saldo é insuficiente para pagar a passagem. Essas circunstâncias vão aumentar o tempo de parada dos ônibus nos pontos de embarque e desembarque. Isso sem contar o aumento dos passageiros que viajarão sem pagar, também conhecidos como “pula catraca” -- esta possibilidade é grande já que o motorista sem o cobrador acumulará  as funções de dirigir, cobrar, passar o troco, carregar o bilhete e fiscalizar quem está passando pela catraca ao mesmo tempo. São Paulo tem 8.370 ônibus, cerca de 30 mil trabalhadores (15 mil motoristas e 15 mil cobradores) e transporta 5,5 milhões de passageiros todos os dias, portanto, o fim da profissão dos cobradores deixará a cidade um caos.
Os nossos sindicatos cutistas sempre defenderam nas suas ações a manutenção dos empregos, os direitos conquistados e o respeito à profissão. São princípios que jamais abriremos mão, porque sabemos o nosso papel e, acima de tudo, o nosso compromisso com a classe trabalhadora.
 Direção da CNTT-CUT

Marcos Antônio (Jornalista On-line) /SP // Correspondente do rádio jornal de Itabuna. Contato: R. Dr. Queiroz Aranha, - V. Mariana. Fone: (11) 6241- 0321 E-mail: macg.psb@bol.com.br http://www.marcosantonio50.blogspot.com 

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