O pau que dá em chico dá em Francisco...

REAJUSTE SALARIAL ACIMA DA INFLAÇÃO COM AUMENTO REAL DE 13% SINDMOTORISTA.

Os motoristas, cobradores e trabalhadores em manutenção dos ônibus municipais da capital paulista aprovaram em assembleia no SindMortoristas, sindicato da categoria, a pauta de reivindicações deste ano.

Um documento com os pedidos dos trabalhadores será entregue ao Spurbanuss, que reúne as empresas, na sexta-feira, 14 de abril de 2023.

Entre as principais reivindicações estão:

- Reajuste salarial acima da inflação do período desde a última atualização dos valores com aumento real num total de 13%.

- Manutenção do emprego de 19 mil cobradores nos ônibus convencionais, padrons e articulados (empresas dos subsistemas de articulação regional e estrutural) - As empresas que surgiram de cooperativas e operam com micro-Ônibus, ônibus midis (micrões) e alguns convencionais e padrons (subsistema de distribuição local) operam sem cobradores desde 2014;

- PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 3 mil.

- Retorno dos 30 minutos remunerados do horário de refeição.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), Cristiano Porangaba (Crizinho), disse que todos os pontos da pauta serão discutidos com as empresas, mas que a categoria não vai abrir mão da manutenção dos cobradores nos ônibus.

TARIFA ZERO: AS LIÇÕES DAS 67 CIDADES DO BRASIL COM ÔNIBUS DE GRAÇA.


 

O passe livre é uma política pública que prevê o uso do transporte público sem cobrança de tarifa do usuário final; nesse modelo, o sistema é financiado pelo orçamento do município.

 

Em março de 2023, uma greve paralisou o metrô de São Paulo. Em meio às negociações, os metroviários propuseram uma forma de protesto diferente: eles voltariam ao trabalho, mas o metrô operaria sem cobrança de tarifa da população até as partes chegarem a um acordo.

 

A ideia acabou barrada pela Justiça, impedindo o que teria sido o segundo maior experimento de tarifa zero no país em menos de um ano.

A tarifa zero ou passe livre é uma política pública que prevê o uso do transporte público sem cobrança de tarifa do usuário final. Nesse modelo, o sistema é financiado pelo orçamento do município, com fontes de recursos que variam, a partir do desenho adotado por cada cidade.

 

O primeiro teste em grande escala da proposta no país aconteceu no segundo turno das eleições presidenciais, em outubro de 2022.

 

 Naquele dia, centenas de cidades brasileiras deixaram de cobrar passagem nos ônibus e trens, para facilitar o acesso dos eleitores às urnas.

 

Na Grande Recife, a demanda aumentou 115% em relação aos domingos comuns e 59% na comparação com o primeiro turno. Em Belo Horizonte, o aumento foi de 60% e 23% nas mesmas bases de comparação, conforme balanços divulgados à época.

 

Os números revelam a imensa demanda reprimida pelo transporte urbano e o fato de que, atualmente, milhões de brasileiros não usam ônibus, metrôs e trens por falta de dinheiro.

 

Mas essa realidade está mudando em um número crescente de cidades e projetos em discussão na Câmara dos Deputados querem tornar a tarifa zero uma política nacional – embora financiá-la em grandes centros urbanos ainda seja um imenso desafio.

 

67 CIDADES BRASILEIRAS COM TARIFA ZERO

 

Ao menos 67 cidades brasileiras já adotam a tarifa zero em todo o seu sistema de transporte, durante todos os dias da semana, conforme levantamento da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), atualizado em março de 2023.

São cidades pequenas e médias, com populações que variam de 3 mil a mais de 300 mil habitantes.

Outros sete municípios adotam a política de forma parcial: em dias específicos da semana, em parte do sistema ou apenas para um grupo limitado de usuários, segundo os dados da NTU.

E ao menos quatro capitais estudam neste momento a possibilidade de adotar a tarifa zero em seus sistemas de transporte: São Paulo, Cuiabá, Fortaleza e Palmas, de acordo com levantamento da área de mobilidade urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

No Brasil, a tarifa zero foi proposta pela primeira vez durante o mandato da então petista Luiza Erundina à frente da Prefeitura de São Paulo (1989-1992). Mas, naquela ocasião, a proposta não avançou.

A política voltou ao debate público nos anos 2000, com o surgimento do Movimento Passe Livre (MPL).

O movimento social ganhou notoriedade em junho de 2013, ao liderar a maior onda de protestos da história recente, deflagrada por um aumento das tarifas de ônibus em São Paulo.

 

(Constituição) na Câmara, o primeiro da autoria de Jilmar Tatto (PT-SP) e a segunda, de Luiza Erundina (Psol-SP).

A PEC de Erundina pretende criar um Sistema Único de Mobilidade (SUM), a exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é garantir a gratuidade nos transportes, por meio de um modelo de responsabilidade compartilhada entre governo federal, Estados e municípios.

A seguir, conheça a experiência de cidades que já adotam a tarifa zero e os desafios para implementação da política em municípios de grande porte, como São Paulo.

 

MARICÁ (RJ): DEMANDA AUMENTOU MAIS DE 6 VEZES

Maricá, no Rio de Janeiro, iniciou seu projeto de tarifa zero ainda em 2014, durante o mandato de Washington Quaquá (PT) na prefeitura do município.

Com uma população de 167 mil habitantes, a cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conta com um orçamento turbinado por royalties do petróleo – uma espécie de compensação recebida por municípios pela exploração do óleo em suas águas.

Foi com esse dinheiro em caixa que Maricá viabilizou uma política de renda básica que atualmente beneficia 42,5 mil moradores e também os ônibus gratuitos para a população.

Ônibus próprios e outros alugados de empresas privadas através de processos de licitação.

Atualmente com 120 ônibus e 3,5 milhões de passageiros por mês, o custo mensal do sistema varia de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.

"Em 2022, foram R$ 160 milhões que as famílias deixaram de gastar com transporte, o que é injetado diretamente na economia da cidade", diz Celso Haddad, presidente da EPT de Maricá.

O município enfrentou, no entanto, um desafio comum a todas as cidades que implantam a tarifa zero: explosão de demanda e, consequentemente, dos custos de operação.

"Aqui em Maricá, [a demanda] cresceu mais de seis vezes. Tínhamos em torno de 15 mil a 20 mil pessoas transportadas diariamente e hoje transportamos mais de 120 mil. A tarifa zero é um propulsor do direito de ir e vir, é muito avassaladora a diferença", afirma o gestor.

 

EMPRESAS LOCAIS VARGEM GRANDE PAULISTA (SP): TAXA PAGA POR

 

O avanço da tarifa zero no período recente deixou de ser identificado com um espectro político específico. Prefeitos de esquerda e direita têm implementado o modelo em seus municípios.

Josué Ramos, prefeito de Vargem Grande Paulista, por exemplo, é filiado ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pela proposta, o financiamento ao sistema seria viabilizado pela instituição de uma contribuição pelo uso do sistema viário e por recursos da arrecadação de impostos de União, Estados e municípios.

Erundina explica que o objetivo da proposta é concretizar a Emenda Constitucional 90 de 2015, que naquele ano garantiu o transporte como um direito social, inscrito no artigo 6º da Constituição.

Pioneira a propor a tarifa zero, ainda em 1989, a deputada vê com satisfação o avanço da política pública nas cidades brasileiras e se diz otimista com as perspectivas para a PEC.

"Quando uma proposta tem coerência, tem consistência, é inteligente para resolver os problemas da coletividade, ela não morre na ideia do povo, ela segue viva. O Movimento Passe Livre sustentou a defesa dessa proposta e hoje já são diversas instituições defendendo essa ideia e vários municípios operando essa política na prática, com grande sucesso", diz Erundina. "Vejo isso com muita esperança."


Marcos Antonio Coutinho: 13 de abril de 2023, às 08h00 Atualizado: por Thais Carranca 13 Abril 2023 às 11h59 SÃO PAULO | BBC NEWS BRASIL

O salário do motorista de ônibus em São Paulo R$ 3.441,90 em vigor até Maio de 2023 dos condutores de SOROCABA-SP R$ 5.000,00.


 O salário do motorista de ônibus em São Paulo no valor de R$ 3.441,90 em vigor até Maio de 2023.

 

Ainda que o valor seja superior a outras cidades e registramos várias com o salário acima da média a exemplo dos condutores de SOROCABA-SP com R$ 5.000,00 de ganho real em relação com outras cidades, nos últimos anos, ainda está muito aquém das necessidades dos condutores paulistanos e Brasileiros.

 

O último levantamento feito pelo Grupo de Estudos Econômicos aponta que a quantia deveria ser de R$ 7.272,00, ou seja, seis vezes comparado com o salário mínimo hoje ao que será pago neste ano.

 

O cálculo considera alimentação, moradia, vestuário, educação, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas. Os itens são garantidos pela Constituição. O estudo foi feito pelo grupo de estudos do Instituto em setembro de 2022.

 

O salário mínimo é aplicável a todos os trabalhadores do setor público e privado, como também para as aposentadorias e pensões e foi previsto por meio de medida provisória para substituir o salário mínimo que vigorou em 2022, no valor de R$ 1.212,00.