Na opinião do vereador Coronel Telhada (PSDB), “o crime
organizado provavelmente faz parte das cooperativas” que atuam no transporte
coletivo em São Paulo.
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Câmara Municipal de São Paulo |
A fala foi proferida durante uma audiência pública
realizada nesta quarta-feira (7/5) para discutir os frequentes ataques a ônibus
na cidade. O vereador citou uma reportagem veiculada nesta manhã pelo
telejornal Bom Dia São Paulo, da Rede Globo. De acordo com a matéria,
micro-ônibus não são alvos porque as cooperativas teriam relações com os
criminosos.
“É suspeito que esses ataques aconteceram na maioria das
vezes com ônibus de empresas e não com os de cooperativas, isso pode ser um
sinal de que o crime está infiltrado”, sinalizou Telhada. “É necessário que a
polícia civil faça uma investigação para saber quais são os tipos de interesses
envolvidos, mesmo porque, alguns dos que foram presos por incendiar ônibus
estariam recebendo dinheiro de alguém”, acrescentou.
O diretor executivo do Sindicato
dos Condutores, Marcos Antônio Coutinho, acredita que pode haver facções
criminosas envolvidas com as cooperativas. “A reportagem mostrou essa
associação e acredito que o crime organizado está infiltrado não só nas
cooperativas, mas em outros lugares. Independente disso, queimar ônibus é crime
e a polícia precisa investigar”, afirmou. Ele ainda falou que a violência
contra motoristas e cobradores tem deixado os profissionais com “medo” de
trabalhar. “Nós e os usuários estamos sendo ameaçados. É necessário aumentar a
segurança pública”, declarou.
Para o presidente do colegiado, vereador Senival Moura (PT),
a ligação entre cooperativas e o crime é uma grande “bobagem”. “Essa relação
que a reportagem tentou fazer não existe. Eu conheço muito bem o sistema de
transporte público da cidade, e sabemos que todos são trabalhadores de bem”,
afirmou. O parlamentar reclamou da ausência de representantes da Secretaria
Estadual de Segurança Pública no debate. “A nossa audiência pública foi
prejudicada pela ausência do secretário (Fernando Grella), que deveria trazer
os esclarecimentos necessários, tirar nossas dúvidas e nos dizer como estão os
inquéritos sobre esses crimes”, declarou.
Prejuízo
Os dados da SPTrans revelam que neste ano 67
ônibus já foram incendiados – o que supera o ano inteiro de 2013, em que 65
veículos foram atacados. Por conta desses crimes, a SPUrbanuss (Sindicato das
Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) afirmou que
o prejuízo para as empresas é de pelo menos R$ 30 milhões. “Esses crimes
aconteceram principalmente nas zonas leste e sul e quem é prejudicado com isso,
além das empresas, é a própria população. Porque é necessário pelo menos seis
meses para repor novamente o ônibus que foi destruído”, explicou o diretor
executivo da SPUrbanuss, Carlos Alberto Fernandes Rodrigues de Souza. (da
Redação)
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