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A Justiça (MPT) lacrou o Sindicato e determinou o afastamento de toda a diretoria.

A Justiça lacrou e determinou o afastamento de toda a diretoria do Sindicato dos Empregados em Comércio Hoteleiro e Similares de Araraquara e Região (Sinthoressara), após uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT). A decisão foi divulgada nesta terça-feira (28) e a suspeita é de fraude fiscal, além de uso de dinheiro da entidade para fins pessoais. O atual presidente do sindicato, Lázaro Theodoro Gonçalves Neto, nega as irregularidades.
Presidente do Sinthoressara de Araraquara nega
as irregularidades (Foto: Ely Venancio/EPTV)
Segundo a liminar expedida pela 2ª Vara do Trabalho, todos os membros da diretoria, incluindo o Conselho Fiscal, ficam impedidos de participar de novas eleições sindicais.  Na segunda-feira (27), o prédio da entidade foi lacrado. A Justiça também determinou a nomeação de um administrador provisório para fazer o levantamento da situação contábil e fiscal do sindicato, com o objetivo de produzir um relatório preliminar no prazo de 30 dias.
Investigação
De acordo com a ação, a investigação teve início após a constatação de fraude no mais recente processo eleitoral do sindicato.
Segundo as provas do inquérito civil, a diretoria destituída falsificou votos. Além disso, colheu assinaturas de trabalhadores da categoria com o objetivo de utilizá-las de maneira fraudulenta em falsas atas de assembleia, como se aqueles integrantes da categoria tivessem, de fato, comparecido à reunião.

Débito nas contas do sindicato
Ao longo das oitivas com pessoas envolvidas na gestão da entidade e da análise dos documentos apreendidos anteriormente ficou constatada uma “diminuição inexplicada” de valores nas contas do sindicato para quitar despesas pessoais do ex-presidente, incluindo pagamento de restaurantes e viagens.
“Além disso, em outra ocasião, houve uma diminuição do saldo bancário da entidade de R$ 200 mil a R$ 250 mil para R$ 2 mil com o objetivo de evitar a penhora em processo onde o sindicato era executado, sendo que o dinheiro foi utilizado para a aquisição de uma casa em Matão (de propriedade do próprio então presidente) e de outro imóvel na cidade de Itápolis ou Ibitinga”, alega a promotoria.
Sede do sindicato foi lacrada pela Justiça na
2ª feira em Araraquara (Foto: Ely Venancio/EPTV)
Segundo o inquérito, o valor do imóvel de Matão foi investido pelo ex-presidente no seu sítio particular em Itápolis.

Surpreso com decisão
O presidente do Sinthoressara negou as fraudes nas eleições apontadas na ação. “Dessa chapa tem uma empresa contratada para fazer seleção. Essa empresa tem que ser chamada e mostrar porque fez isso. No meu entender, não há motivo para fosse feita fraude. Como já disse, é uma chapa única, qual é o motivo de fraudar?”, questionou.

Em relação aos votos falsos citados no processo, ele disse que não há nada de errado. “Já conversei com o rapaz que fez a eleição, ele disse que essa urna em que havia votos foi impugnada, ela não foi contada. Isso está nos autos junto ao procurador”, afirmou. Do G1 São Carlos e Araraquara

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