Cooperativas de transporte lavariam dinheiro do PCC

A Polícia Civil de São Paulo realizou na terça-feira uma operação e apreendeu documentos e computadores em duas cooperativas de transporte coletivo alternativo em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. As empresas são suspeitas de lavar, com a ajuda de dois vereadores, dinheiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) obtido com o tráfico de drogas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal, a investigação da polícia aponta que o presidiário Francisco Antonio Cesário da Silva, 32 anos, o Piauí, aplica parte do dinheiro adquirido com a venda de drogas na favela Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, na Cooperativa dos Motoristas Autônomos do Transporte Rodoviário de Taboão da Serra (Coopertab).

Ainda de acordo com o jornal, a polícia acredita que Piauí usa o vereador José Valdevan de Jesus Santos, o Valdevan Noventa, de Taboão da Serra, para lavar o dinheiro na cooperativa. O político é diretor financeiro do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo. Ele negou ao jornal que tenha ligação com o PCC e disse acreditar que seu nome foi incluído na investigação porque defende as cooperativas.

A outra cooperativa investigada foi a Coopergente, que lavaria dinheiro a mando de Antonio Fernando Eloy, 43 anos, o Nando, que traficaria drogas pelo PCC em cidades do extremo sul da região metropolitana. Ele é irmão do vereador José Luiz Eloi (PMDB), presidente da Câmara de Taboão da Serra e suspeito de participar do esquema. Eloi disse à Folha que a investigação é uma "perseguição política", já que é contra mudanças no sistema de transporte coletivo do município. Ele negou ainda que o irmão seja ligado ao PCC.

A Coopergente afirmou ao jornal que apoia a realização da operação para deixar claro que não há ligação com o PCC. A Coopertab não atendeu aos pedidos de entrevista da Folha.

Marcos Antonio (Jornalista On-line)