O pau que dá em chico dá em Francisco...

Não se pode subestimar Bolsonaro na Paulista.

 

Qual o impacto na conjuntura da manifestação pública convocada por Jair Bolsonaro neste domingo (25) na Avenida Paulista?

 


Os nossos repórteres especialistas em eventos políticos, estiveram presentes no ato, percorrendo sua extensão três vezes e acompanharam imagens por um drones de outro colega. Impressionante: dez quadras repletas de pessoas. Pontos próximos ao caminhão de som eram quase intransitáveis. Cerca de dois terços da multidão eram de classe média-média, branca; o restante, predominantemente de classe média baixa, com representação significativa de pretos e pardos. Não era um protesto elitista dos Jardins. Governadores, parlamentares, e até caravanas reforçaram a presença. Dinheiro não pareceu ser problema.

 

A métrica do evento:

Há três variáveis essenciais para avaliar o evento: A) Volume expressivo de público; B) Intenções de Bolsonaro; C) Comparação com as capacidades organizativas da esquerda.

 

Examinando a primeira variável:

Mesmo não alcançando os alardeados 750 mil, talvez menos de 600 mil estiveram presentes, mas a imagem aérea da Paulista lotada é impactante. Talvez mais de 150 mil nas ruas adjacentes, onde se aglomeraram pessoas com camisa e bandeira, um verdadeiro mar de verde e amarelo. 

 "De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), 750mil pessoas, no total, participaram do ato convocado pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) no Domingo 25 de Fevereiro 2024".

Foram mobilizados cerca de 2 mil PMs. Drones e câmeras fixas e móveis foram utilizadas para o monitoramento do evento.

O que Bolsonaro buscava:

Ele claramente queria demonstrar força e mudar o foco das acusações jurídicas para o terreno político, onde pode obter mais apoio. Rodeado de processos, busca nas ruas uma defesa à sua legitimidade, similar ao que Lula fez. O marido de Michelle se fortaleceu, indicando que a extrema-direita brasileira tem peso político.

 

O segundo objetivo:

Mostrar apoio massivo teve sucesso, mas seu segundo objetivo, um acordo para aliviar acusações, parece improvável. Bolsonaro propõe uma anistia política, destacando que é o maior perseguido político da história.

 

Os principais oradores:

Além de Bolsonaro, Michelle, Tarcísio de Freitas e Silas Malafaia falaram. Este último atacou Supremo, TSE, Lula e PT. Bolsonaro, em seu discurso, buscou se mostrar defensivo e vulnerável, negando intenções golpistas.

 

A mensagem final:

Apesar da tentativa de apaziguamento, a meta real de Bolsonaro é clara: buscar anistia para enfrentar judicialmente as acusações. O comportamento da mídia foi cauteloso, e da esquerda, apesar da defensiva, é crucial não subestimar a força da extrema-direita.

 

A última peça no quebra-cabeça:

Falta uma campanha vigorosa da esquerda contra a extrema-direita. A celebração do dia 8 de janeiro no Planalto foi criticada por ser um evento superficial. Enfrentar politicamente o fascismo é vital, assumir o controle das forças armadas e definir aliados e inimigos é essencial para superar a atual situação. Não basta apenas reclamar; é necessário agir.

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Marcos Antonio Coutinho

Jornalista & Radialista

Jornal Olhares da Editora Renovação CNPJ: 23. 462.957/0001-55

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