Prisão dos suspeitos de matar Clodoaldo, o Barriga, do SOS
Emprego/SE, confirma crime político.
Na madrugada da sexta-feira
(23/02/2.018) foram presos sete suspeitos de assassinar Clodoaldo dos Santos, o
‘Barriga’, ex-coordenador do SOS Emprego Sergipe, movimento de desempregados
filiado à CSP-Conlutas. As suspeitas de
que o crime aconteceu devido à liderança de Clodoaldo no movimento foram
confirmadas na tarde de hoje.
Três dos sete presos são ligados
ao Sindimont/SE (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem,
Manutenção e Prestação de Serviços) filiado à Força Sindical: o presidente do
Sindimont/SE, André Silva Santana, e os diretores Jailton Paulino Bispo e
Leandro Costa Alves. O homem acusado de atirar contra Barriga, César Júlio
Santos, afirmou ter recebido R$ 3 mil pelo crime, que teria sido articulado
pelos dirigentes sindicais.
Segundo o portal F5 News, a
delegada Tereza Simony, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção a
Pessoa (DHPP), afirmou que foi o presidente do Sindicato, André Santana, quem
atribuiu aos outros dois sindicalistas a articulação do homicídio, apesar de
não ter sido confirmado por eles. “André Santana relatou que Jailton e Leandro
temiam que o movimento SOS Emprego crescesse e eles perdessem espaço, mas há
ainda uma versão de que o Sindicato estava incomodado com a atuação do SOS que
nada cobrava pelo recrutamento de trabalhadores locais”, detalhou a Tereza.
Presos provisoriamente, receberão
o pedido de prisão preventiva e a delegada salientou que continuará as
investigações com intuito de elucidar a motivação do crime.
Atual coordenador do SOS Emprego,
Willames Santos, irmão de Barriga, ressalta que além da prisão dos assassinos,
o movimento exige que as investigações punam e exponham os possíveis mandantes
do crime. “Que realmente exponha para toda a sociedade saber quem são esses
indivíduos e que a luta e o sangue do meu irmão dêem frutos. Foi muito difícil
para todos do movimento, para minha mãe, para todos os familiares, porque
Barriga era uma pessoa que realmente lutava por emprego digno. Então não vamos
deixar a peteca cair. Isso que aconteceu, jogou álcool em cima do movimento e a
chama só cresceu”, afirma Willames Santos, coordenador do SOS Emprego e irmão
de Barriga.
O Djenal Prado, coordenador
estadual da CSP-Conlutas, Djenal Prado, comenta que mesmo que todo mundo já
soubesse, é duro as investigações provarem que o crime foi por motivação
política. “Ao mesmo tempo, esse primeiro resultado é uma grande vitória do
movimento e de toda a luta da classe trabalhadora. Os assassinos só apareceram
por conta da pressão que os trabalhadores e trabalhadoras organizados fizeram.
Por isso a campanha nacional, ‘Quem matou Barriga?’, impulsionada pelo SOS
Emprego e a CSP-Conlutas, que deve continuar até a elucidação total do caso”,
disse.
A CSP-Conlutas repudia o gangsterismo
aplicado no movimento sindical. “Para a nossa Central é essencial a disputa nos
movimentos por meio da democracia operária e o gangsterismo precisa ser
veementemente repudiado”, frisa o integrante da SEN (Secretaria Executiva
Nacional) Luis Carlos Prates, o Mancha.
A CSP-Conlutas exige pronunciamento de todas as
Centrais Sindicais sobre tal fato.
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